sábado, 8 de novembro de 2014

Capela Mayrink - Um Pouquinho de História...

Um pouquinho da história da CAPELA MAYRINK.... CAPELA MAYRINK HISTÓRICO Integrante da Fazenda Boa Vista, a capela foi construída em 1850, pelo Visconde Antônio Alves souto em louvor à Nossa Senhora de Belém, como indica a estrela branca de oito pontas no alto da fachada. Às vésperas da Guerra do Paraguai, o Banco do Visconde foi à falência, obrigando-o a negociar a Fazenda Boa Vista, com José Francisco de Mesquita, o Conde de Bonfim. Este encontrou a capela em péssimo estado de conservação, e providenciou uma reforma, que implicou, inclusive, em alterações no padrão arquitetônico e na troca da padroeira para Nossa Senhora do Carmo. O Conde de Bonfim faleceu um ano depois, em 1860, ficando a propriedade para seu filho, o Barão de Mesquita, que novamente interferiu arquitetonicamente inserindo-lhe estilo de casa romana. Em 1888, a filha do Barão a vendeu para o Conselheiro do Império, Francisco de Paula Mayrink, que a reformou e escolheu para o templo uma nova padroeira, Nossa Senhora da Conceição. Em 1898, a Secretaria de Agricultura, do Ministério da Fazenda do Distrito Federal da recém criada República dos Estados unidos do Brasil, comprou a capela do Conselheiro Mayrink. Em 1930, a capela estava quase a ruir e em 1938, foi concluída outra reforma completa do templo, incluindo nova troca de padroeira, que voltou a ser Nossa Senhora do Carmo. Em 1943, Raimundo Ottony de Castro Maya, ao assumir a administração da Floresta da Tijuca, empreendeu nova reforma, realizada pelo arquiteto Vladimir Alves de Souza. A fachada foi redesenhada, as janelas laterais foram fechadas e construídas novas janelas substituindo as redondas. Foi aberta uma clarabóia no teto e a capela ganhou forro. As telhas francesas foram substituídas por telhas tipo canal. O porão foi aterrado. Construiu-se uma sacristia anexa no lado direito e um campanário do lado esquerdo. Os jardins receberam paisagismo de Burle Marx. Castro Maya conseguiu que o Patrimônio Histórico lhe cedesse um altar antigo, de uma capela de Minas Gerais. Quando o altar chegou, seu tamanho era incompatível com o interior da capela e então Castro Maya encomendou um novo altar e idealizou uma campanha, juntamente com moradores do Alto da Boa Vista, para angariar fundos, para que, seu amigo Cândido Portinari, viesse a confeccionar quadros que viriam a decorar a Capela. Portinari pintou então quatro obras intituladas: N. Senhora do Carmo com o Menino Jesus no Colo, São simão Stock (que teve a visão de Nossa Senhora no Monte Carmelo), São João da Cruz (Fundador da Ordem dos Carmelitas) e o Purgatório, pagos com os recursos advindos das doações da comunidade e que custou ao todo Cr$ 40.000,00. Ainda para adornar a capela, em sua fachada foram postas duas estátuas femininas, simbolizando a Fé e a Caridade. Estas estátuas foram retiradas da Igreja Bom Jesus, demolida na década de 40 para dar passagem à Avenida Presidente Vargas. A Capela foi reinaugurada em 16 de julho de 1944, dia da padroeira da Capela, N. Sra do Carmo, com grande solenidade, que incluiu uma procissão, pelo Cardeal D. Jaime Câmera, com a presença de várias autoridades, incluindo prefeito Henrique Dodsworth. Durante a reforma realizada na gestão de Castro Maya, foi construída, por solicitação da Igreja Católica, uma sacristia que, posteriormente, em 1977, na administração do Dr. Aldrighi foi demolida. Na administração do Dr. Aldrighi 1969 a 1987, a capela passou por outra grande reforma. Segundo documentos oficiais, Dr. Aldrighi encontrou a capela, até então sob administração da Prefeitura, em péssimo estado de conservação, principalmente o exterior da mesma. Tendo solicitado intervenção do SPHAN, através de ofícios datados de 21/12/76 e 11/01/77, a capela sofreu então, sob orientação de Edgar Jacinto, arquiteto deste órgão, outra grande reforma, tendo sido a sacristia demolida, as janelas voltaram ao seu desenho original. O piso, em péssimo estado, foi refeito, retornando-se ao uso do pinho de riga. O porão foi desobstruído para aeração. O telhado foi recuperado, tendo voltado ao uso de telhas francesas. O forro foi trocado. A varanda e seu gradil foram restaurados. As obras de Portinari, que já não mais se encontravam na capela, foram igualmente restauradas pelo SPHAN e reintroduzidas na edificação. À partir da administração do Dr. Aldrighi, a gestão da Floresta deixou de ser gerida pela Prefeitura, tendo voltado ao âmbito Federal. Em 1993, a Capela foi arrombada e 3 das pinturas foram roubadas, inclusive a placa de identificação do quadro de N. Sra. do Carmo, tendo sido recuperada logo a seguir pela Polícia Federal. As quatro obras foram entregues pelo IBAMA ao Museu Nacional de Belas Artes, para custódia temporária, através de um Contrato de Comodato. Em 1997, recebeu repintura e voltou a oferecer missa aos domingos, durante alguns meses. Em 2000, na Gestão Compartilhada entre IBAMA e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a capela foi restaurada pela Rio-Urbe, com obras realizadas sob a gerância da arquiteta Marília Gutierrez, que restaurou o gradil da varanda, higienização do piso e nas esculturas da varanda. Ainda num trabalho de resgate da memória institucional, a Coordenação de Educação e Cultura do Parque nacional da Tijuca, iniciou em 2000, uma pesquisa sobre a primeira santa padroeira da capela, N. Sra. de Belém, cuja imagem não constava do acervo institucional. Após conseguir uma fotografia vinda de Belém do Pará, o parque encomendou ao escultor Baldinir Bezerra da Silva uma imagem com 80cm de altura e 45cm de base, constituídos pela santa com o Menino Jesus no colo e dois arcanjos. A imagem foi reintroduzida na Capela mayrink, no dia 25 de março de 2001, com procissão e missa solene, com a participação e apoio das irmãs da Ordem de N. Sra. de Belém, Irmãs Marcelinas, Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, entre outros representantes governamentais e eclesiásticos. Após este trabalho figuram na capela, atualmente, as tres padroeiras históricas da capela, permanecendo N. Sra. do Carmo como sua padroeira oficial.

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